“Não planejei, mas eu queria!”: Configuração da gravidez para adolescentes que frequentam um serviço especializado de saúde
DOI:
10.24276/rrecien2023.13.41.704-716Palavras-chave:
Adolescente, Cuidado Pré-natal, Gravidez na AdolescênciaResumo
Analisar a configuração da gravidez, bem como se foi “planejada” ou “espontânea” e a influência da família no processo de aceitação da gravidez. Pesquisa qualitativa realizada no ambulatório do pré-natal em um Hospital Referência Nacional no município do Rio de Janeiro no período de julho a novembro de 2017. Foram entrevistadas sete adolescentes primíparas com idade entre 15 e 19 anos a partir de um roteiro semiestruturado, além da observação participante em um grupo de gestantes na Instituição. Os resultados evidenciaram três categorias: 1. Descuido ou planejamento: como a gravidez “aconteceu”. 2. Descoberta e aceitação da gravidez: a participação da família. 3. Paternidade juvenil: a relação da adolescente com o pai do bebê. Os resultados apontaram que em determinados contextos socioculturais a gravidez na adolescência é naturalizada e desejada. Ressaltando a necessidade de a temática ser abordada nos espaços sociais que os adolescentes frequentam.
Descritores: Adolescente, Cuidado Pré-natal, Gravidez na Adolescência.
“I didn’t plan it, but I wanted to!”: Pregnancy configuration for teenagers attending a specialized health service
Abstract: Analyze the configuration of the pregnancy, as well as whether it was “planned” or “spontaneous” and the influence of the family on the process of accepting the pregnancy. Qualitative research carried out in the prenatal outpatient clinic of a National Reference Hospital in the city of Rio de Janeiro from July to November 2017. Seven primiparous adolescents aged between 15 and 19 years were interviewed using a semi-structured script, in addition to the participant observation in a group of pregnant women at the Institution. The results highlighted three categories: 1. Carelessness or planning: how the pregnancy “happened”. 2. Discovery and acceptance of pregnancy: family participation. 3. Young fatherhood: the adolescent’s relationship with the baby’s father. The results showed that in certain sociocultural contexts, teenage pregnancy is naturalized and desired. Highlighting the need for the topic to be addressed in the social spaces that teenagers frequent.
Descriptors: Adolescent, Prenatal Care, Teenage Pregnancy.
“No lo planeé, pero quería!”: Configuración del embarazo para adolescentes que acuden a un servicio de salud especializado
Resumen: Analizar la configuración del embarazo, así como si fue “planificado” o “espontáneo” y la influencia de la familia en el proceso de aceptación del embarazo. Investigación cualitativa realizada en el ambulatorio prenatal de un Hospital de Referencia Nacional de la ciudad de Río de Janeiro de julio a noviembre de 2017. Fueron entrevistadas mediante un guión semiestructurado siete adolescentes primíparas con edades entre 15 y 19 años, además de la participante observación en un grupo de mujeres embarazadas de la Institución. Los resultados resaltaron tres categorías: 1. Descuido o planificación: cómo “sucedió” el embarazo. 2. Descubrimiento y aceptación del embarazo: participación familiar. 3. Paternidad joven: la relación del adolescente con el padre del bebé. Los resultados mostraron que en determinados contextos socioculturales el embarazo adolescente es naturalizado y deseado. Resaltando la necesidad de que el tema sea abordado en los espacios sociales que frecuentan los adolescentes.
Descriptores: Adolescente, Atención Prenatal, Embarazo Adolescente.
Downloads
Referências
OPAS/OMS. Organização Panamericana de Saúde e Organização Mundial da Saúde. Accelerating progress toward the reduction of adolescent pregnancy in Latin America and the Caribbean. Report of a technical consultation (Washington D.C., USA, August 29-30, 2016). Disponível em: <http://iris.paho.org/xmlui/bitstream/handle/123456789/34493/9789275119761-eng.pdf?sequence=1&isAllowed=y&ua=1>.
UNFPA. United Nations Population Fund. Disponível em: <https://www.unfpa.org/data/BR>.
Brandão ER. Gravidez na adolescência: um balanço bibliográfico. In: Heilborn ML,Aquino EML, Bozon, M, Knuth DR (organizadores). O aprendizado da sexualidade. Rio de Janeiro: Garamond e Fiocruz. 2006; 61-95.
Davim RMB, et al. Adolescente/adolescência: revisão teórica sobre uma fase crítica da vida. Rev Rene. 2009; 10(2):131-140.
Heilborn ML. Experiência da sexualidade, reprodução e tragetórias biográficas juvenis. In: Heilborn ML, Aquino EML, Bozon, M, Knuth DR (organizadores). O aprendizado da sexualidade. Rio de Janeiro: Garamond e Fiocruz. 2006; 29-59.
Heilborn ML, Bozon M. Iniciação à sexualidade: modos de socialização, interações de gênero e trajetórias individuais. In: Heilborn ML, Aquino EML, Bozon, M, Knuth DR (organizadores). O aprendizado da sexualidade. Rio de Janeiro: Garamond e Fiocruz. 2006; 156-205.
Souza LC, Dias MAB, Maksud IMJ. Expectativas de gestantes adolescentes relacionadas à assistência no pré-natal e parto. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira - Rio de Janeiro. 2018.
Patias ND, Gabriel MR, Weber BT, Dias ACG. Considerações sobre a gestação e a maternidade na adolescência. Brasil. Advances in Health Psychology. 2011; 19(1-2):31-38.
Caminha NO, et al. Pregnancy in adolescence: from planning to the desire to become pregnant – descriptive study. Online Brazilian Journal of Nursing. 2010; 9(1).
Barbosa PV, Wagner A. Como se Define a Autonomia? O Perfil Discriminante em Adolescentes Gaúchos. Temas em Psicologia. Brasil. 2015; 23(4):1077-1090.
Tong A, Sainsbury P, Craig J. Consolidated criteria for reporting qualitative research (COREQ): a 32-item checklist for interviews and focus groups. Int J Qual Health Care. 2007; 19(6):349-57.
WHO, World Health Organization. Young People's Health - a Challenge for Society. Report of a WHO Study Group on Young People and Health for All. Technical Report Series 731. Geneva: WHO, 1986. Disponível em: <https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/41720/WHO_TRS_731.pdf?sequence=1&isAllowed=y>.
Bordieu P. Gabrielle Balazs – A solidão. In: A Miséria do Mundo. A. Accardo.../ et al. 9. Ed. Petropolis, RJ: Vozes. 2012.
Becker HS. observação social e estudos de caso sociais. In: Métodos de Pesquisa em Ciências Sociais. Ed. Hucitec. 1997.
Gomes R. Análise e interpretação de dados de pesquisa qualitativa. In: Minayo, MCS & Deslandes, SF. Pesquisa Social - Teoria, Método, Criatividade. Petrópolis: Vozes. 2008.
Gradim CVC, Ferreira MBL, Moraes MJ. O perfil das grávidas adolescentes em uma unidade de saúde da família de Minas Gerais. Juiz de Fora: Rev Atenção Primária à Saúde. 2010; 13(1):55-61.
Spindola T, Silva LFF. Perfil epidemiológico de adolescentes atendidas no pré-natal de um Hospital Universitário. Esc Anna Nery Rev Enferm. 2009; 13(1):99-107.
Viellas EF, Domingues RMSM, Dias MAB, Gama SGN, Filha MMT, Costa JVC, Bastos MHB, Leal MC. Assistência pré-natal no Brasil. Rio de Janeiro: Cad Saúde Pública. 2014; 30 Sup:S85-S100.
Silva VC, Barbieri M, Aperibense PGGS, Santos CRGC. Gravidez na adolescência em unidades de saúde pública no Brasil: revisão integrativa da literatura. Rio de Janeiro: Adolesc Saude. 2010; 7(4):60-67.
Robles AF. Da gravidez de “risco” às “maternidades de risco”. Biopolítica e regulações sanitárias nas experiências de mulheres de camadas populares de Recife. Rio de Janeiro: Physis Rev Saúde Coletiva. 2015; 25(1):139-169.
Resta DG, Marqui ABT, Colomé ICS, Jahn AC, Eisen C, Hesler LZ. Maternidade na adolescência: significado e implicações. Reme: Rev Min Enferm. 2010; 14(1):68-74.
Santos CC, Wilhelm LA, Alves CN, Cremonese L, Malavolta C, Venturini L, Junges CF, Ressel LB. A vivência da gravidez na adolescência no âmbito familiar e social. Rev Enferm UFSM. 2014; 4(1):105-112.
Aquino EM, Almeida MC, Araújo MJ, Menezes G. Gravidez na adolescência: a heterogeneidade revelada. In: Heilborn ML, Aquino EML, Bozon, M, Knuth DR (organizadores). O aprendizado da sexualidade. Rio de Janeiro: Garamond e Fiocruz. 2006; 310-359.
Publicado
- Visualizações 0
- pdf downloads: 0
Como Citar
Edição
Seção
Copyright (c) 2023 Revista Recien - Revista Científica de Enfermagem

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.