Polifarmácia e potenciais interações medicamentosas em adultos e idosos com diabetes mellitus: estudo transversal
DOI:
10.24276/rrecien2023.13.41.540-550Palavras-chave:
Diabetes Mellitus, Doença Crônica, Insulina, PolimedicaçãoResumo
Descrever e analisar a prevalência de polifarmácia em pessoas com diabetes mellitus e as potenciais interações entre os medicamentos mais utilizados. Estudo descritivo e transversal de abordagem quantitativa com 111 pessoas com diabetes mellitus do tipo 2 em uso de insulina de ambulatório especializado. A variável dependente foi a polifarmácia, definido pelo uso de 5 ou mais medicamentos. A prevalência de polifarmácia foi de 61,8%, com maior probabilidade em pessoas com maior tempo de doença (p=0,030); com multimorbidades (0,026); e nos hipertensos (p=0,006). As interações medicamentosas mais frequentes foram Insulinas NPH ou Regular com Hidroclorotiazida (22,3%); Enalapril (11,6%); Fluoxetina (5,4%); Levotiroxina (8,0%) e; Metformina com uso concomitante de Hidroclorotiazida (25,7%) e; Enalapril (83,3%). A prevalência de polifarmácia foi elevada, e os fatores associados apontam a necessidade de maior vigilância das pessoas com diabetes mellitus do tipo 2 com maior tempo de doença, múltiplas doenças e hipertensão.
Descritores: Diabetes Mellitus, Doença Crônica, Insulina, Polimedicação.
Polypharmacy and potential drug interactions in adults and older adults with Diabetes Mellitus: a cross-sectional study
Abstract: To describe and analyze the prevalence of polypharmacy in people with diabetes mellitus and the potential interactions between the most used drugs. Descriptive and cross-sectional study with a quantitative approach with 111 people with type 2 diabetes mellitus using insulin in a specialized clinic. The dependent variable was polypharmacy, defined as the use of 5 or more medications. The prevalence of polypharmacy was 61.8%, with greater probability in people with longer disease duration (p=0.030); with multimorbidities (0.026); and in hypertensive patients (p=0.006). The most frequent drug interactions were NPH or Regular Insulin with Hydrochlorothiazide (22.3%); Enalapril (11.6%); Fluoxetine (5.4%); Levothyroxine (8.0%) and; Metformin with concomitant use of Hydrochlorothiazide (25.7%) and; Enalapril (83.3%). The prevalence of polypharmacy was high, and the associated factors point to the need for greater surveillance of people with type 2 diabetes mellitus with longer disease duration, multiple diseases and hypertension.
Descriptors: Diabetes Mellitus, Chronic Disease, Insulin, Polypharmacy.
Polifarmacia y posibles interacciones medicamentosas en adultos y adultos mayores con Diabetes Mellitus: un estudio transversal
Resumen: Describir y analizar la prevalencia de polifarmacia en personas con diabetes mellitus y las posibles interacciones entre los fármacos más utilizados. Estudio descriptivo y transversal con enfoque cuantitativo con 111 personas con diabetes mellitus tipo 2 usuarias de insulina en una clínica especializada. La variable dependiente fue la polifarmacia, definida como el uso de 5 o más medicamentos. La prevalencia de polifarmacia fue del 61,8%, con mayor probabilidad en personas con mayor tiempo de enfermedad (p=0,030); con multimorbilidades (0,026); y en pacientes hipertensos (p=0,006). Las interacciones medicamentosas más frecuentes fueron NPH o Insulina Regular con Hidroclorotiazida (22,3%); enalapril (11,6%); fluoxetina (5,4%); Levotiroxina (8,0%) y; Metformina con el uso concomitante de Hidroclorotiazida (25,7%) y; Enalapril (83,3%). La prevalencia de polifarmacia fue alta, y los factores asociados apuntan para la necesidad de una mayor vigilancia de las personas con diabetes mellitus tipo 2 con mayor duración de la enfermedad, pluripatología e hipertensión arterial.
Descriptores: Diabetes Mellitus, Enfermedad Crónica, Insulina, Polifarmacia.
Downloads
Referências
Muka T, Imo D, Jaspers L, Colpani V, Chaker L, van der Lee SJ, et al. The global impact of non-communicable diseases on healthcare spending and national income: a systematic review. European Journal of Epidemiology. 2015; 30(4):251-77.
Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022. Brasília (DF): Ministério da Saúde. 2011.
American Diabetes Association (ADA). Older adults: standards of medical care in diabetes-2019. Diabetes Care. 2018; 42(1):39-47.
Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes Brasileiras de Diabetes 2017-2018. São Paulo. 2017.
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diabetes Mellitus. (Caderno de Atenção Básica, n. 16). Brasília (DF): Ministério da Saúde. 2013.
Silva MRR., Diniz LM, Santos JBR., Reis EA, Mata AR, Araújo VE, et al. Drug utilization and factors associated with polypharmacy in individuals with diabetes mellitus in Minas Gerais, Brazil. Ciênc Saúde Coletiva. 2018; 23(8):2565-2574.
Instituto Para Práticas Seguras No Uso De Medicamentos. Medicamentos Potencialmente perigosos de uso hospitalar e ambulatorial- listas atualizadas 2015. Boletim ISMP Brasil. 2015; 4(3):2317-2312.
Freeman JS, Gross B. Potential drug interactions associated with treatments for type 2 diabetes and its comorbidities: a clinical pharmacology review. Expert Rev Clin Pharmacol. 2012; 5(1):31-42.
Al-Musawe L, Torre C, Guerreiro JP, Rodrigues AT, Raposo JF, Mota-Filipe H, Martins AP. Polypharmacy, potentially serious clinically relevant drug-drug interactions, and inappropriate medicines in elderly people with type 2 diabetes and their impact on quality of life. Pharmacol Res Perspect. 2020; 8(4):e00621.
Mechessa DF, Kebede B. Drug-Related Problems and Their Predictors Among Patients with Diabetes Attending the Ambulatory Clinic of Gebre Tsadik Shawo General Hospital, Southwest Ethiopia. Diabetes Metab Syndr Obes. 2020; 13:3349-3357.
Masnoon N, Shakib S, Kalisch-Ellett L, Caughey GE. What is polypharmacy? A systematic review of definitions. BMC Geriatrics. 2017; 17(1):03-10.
Carvalho MFC, Romano-Lieber NS, Bergsten-Mendes G, Secolli SR, Ribeiro E, Lebrão ML, et al. Polypharmacy among the elderly in the city of São Paulo, Brazil - SABE Study. Rev Bras Epidemiol. 2012; 15(4):817-827.
Silva IR, Giatti L, Chor D, Fonseca MJM, Mengue SS, Acurcio FA, et al. Polypharmacy, socioeconomic indicators and number of diseases: results from ELSA-Brasil. Rev Bras Epidemiol. 2020; 23(2):549-720.
Charlesworth CJ, Smit E, Lee DS, Alramadhan F, Odden MC. Polypharmacy adults aged 65 years and older in the United States: 1988-2010. J Gerontol Ser A Biol Sci Med Sci. 2015; 70(8):989-95.
Nascimento RCRM, Álvares J, Junior AAG, Gomes IC, Silveira MR, Costa EA, et al. Polifarmácia na atenção primária do SUS. Rev Saúde Pública. 2017; 5(1):007-136.
Prado MAMB, Francisco PMSB, Barros MBA. Diabetes in the elderly: drug use and the risk of drug interaction. Ciênc Saúde Colet. 2016; 21(11):3447-3458.
Zanatta L, Cort FNDC, Mathias NS, Argenta C. Analysis of drug interactions and epidemiological profile of individuals with diabetes mellitus in primary care. Rev Enferm UFSM. 2020; 10(e47):1-10.
Córralo VS, Binotto VM, Bohnen LC, Santos GAG, De-Sá CA. Polifarmácia e fatores associados em idosos diabéticos. Rev Salud Pública. 2018; 20(3):366-372.
Johnston MC, Crilly M, Black C, Prescott GJ, Mercer SW. Defining and measuring multimorbidity: A systematic review of systematic reviews. Eur J Public Health. 2019; 29(1):182–189.
Barroso WKS, Rodrigues CIS, Bortolotto LA, Mota-Gomes MA, Brandão AA, Feitosa ADM, et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial - 2020. Arq Bras Cardiol. 2021; 116(3):516-658.
Almeida NA, Reiners AAO, Azevedo RCS, Silva AMC, Cardoso JDC, Souza LC. Prevalence of and factors associated with polypharmacy among elderly persons resident in the community. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2017; 20(1):143-153.
Santos ANM, Nogueira DRC, Gutierrez BAO, Chubaci RYS, Oliveira CRB. Cardiometabolic diseases and active aging - polypharmacy in control. Rev Bras Enferm. 2020; 73(2):e20180324.
Gouvêa JM, Rocha FB, Cesar ID, Bastos TF, Cabral ERM, Melo MC. et al. Controle glicêmico de pessoas com Diabetes mellitus tipo 2 em uma Unidade de Saúde da Família do interior paulista. Research, Society and Development. 2021; 10(11):e58810111998.
Ramos LR., Tavares NUL, Bertoldi AD, Farias MR, Oliveira MA, Pizzo TSD, et al. Polifarmácia e polimorbidade em idosos no Brasil: um desafio em saúde pública. Rev Saúde Pública. 2016; 50(2):1518-8787.
Ames KS, Bassani PH, Motter N, Roratto B, Hammes JLN, Quadro MN et al. Avaliação de hipertensos e diabéticos usuários de polimedicação em Santo Ângelo/RS. Rev Saúde Integrada. 2016; (17):58-65.
Muhlack DC, Hoppe LK, Weberpals J, Brenner H, Schottker B. The Association of Potentially Inappropriate Medication at Older Age with Cardiovascular Events and Overall Mortality: A Systematic Review and Meta-Analysis of Cohort Studies. J Am Med Dir Assoc. 2017; 8(3):211-220.
Nascimento MO, Dourado CSME, Nascimento DO. Complexidade terapêutica de diabéticos na atenção primária. Rev Ciênc Med. 2018; 27(1):1-10.
Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Brasília (DF): Ministério da Saúde. 2020.
World Health Organization.The third global patient safety challenge: tackling medication-related harm. Bull World Health Organ. 2017; 9(5):546-546A.
Bloomfield HE, Greer N, Linsky AM, Bolduc J, Naidl T, Vardeny O, et al.Deprescribing for Community-Dwelling Older Adults: a Systematic Review and Meta-analysis. J Gen Intern Med. 2020; 35(11):3323-3332.
Ferreira JCV, Moreira RP, Ferreira GO, Felício JF. Qualidade de vida e condições de saúde de pacientes com hipertensão e arterial e diabetes mellitus. Enferm Foco. 2021; 12(1):125-31.
Lima MCS, Santos PHF, Cruz KCT, Santos LC, Machado VB, Andrade J. Acesso à insulinoterapia de usuários com diagnóstico de diabetes mellitus acompanhados em ambulatório especializado. Enferm. Foco. 2020; 11(2):120-126.
Covalski D, Primeira MR, Züge SS, Santos EEP. Idosos com diabetes mellitus e/ou hipertensão arterial: adesão à medicação. Rev Recien. 2021; 11(33):360-369.
Publicado
- Visualizações 0
- pdf downloads: 0
Como Citar
Edição
Seção
Copyright (c) 2023 Revista Recien - Revista Científica de Enfermagem

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.