Formação e prática de enfermeiros na assistência à pessoa com hanseníase
DOI:
10.24276/rrecien2022.12.40.63-76Palavras-chave:
Hanseníase, Enfermagem, Terapêutica, Prática Profissional, Educação ContinuadaResumo
Este trabalho objetivou analisar a formação e o papel do profissional de enfermagem da Estratégia de Saúde da Família no atendimento às pessoas com hanseníase nas Unidades Básicas de Saúde em território hiperendêmico. Trata-se de investigação qualitativa que utilizou como métodos de coleta de dados questionário semiestruturado e análise de conteúdo. Os depoimentos mostraram que a humanização no contato com o paciente e o trabalho integrado da equipe interprofissional maximizam a possibilidade de a pessoa acometida de hanseníase aderir ao tratamento e persistir na jornada do autocuidado. O tratamento foi aspecto central no discurso dos enfermeiros participantes da pesquisa, indicando certa limitação de recursos para profilaxia e outros adicionais. Os protocolos do Ministério da Saúde mostraram-se úteis, e a formação inicial e permanente do profissional de saúde para tratar a hanseníase constitui elemento central para conclusões e considerações nessa investigação.
Descritores: Hanseníase, Enfermagem, Terapêutica, Prática Profissional, Educação Continuada.
Training and practice of nurses assistance to the person with leprosy
Abstract: This work aimed to analyze the formation and the role of the nursing professional of the Family Health Strategy in the care of people with leprosy in Basic Health Units in hyper-endemic territory. This is a qualitative investigation, which used semi-structured questionnaire and content analysis as a method of data collection. The testimonies showed that humanization in contact with the patient and the integrated work of the interprofessional team maximize the possibility that the patient with leprosy will adhere to the treatment and persist in the journey of self-care. The treatment was a central aspect in the speech of the nurses participating in the research, indicating a certain limitation of resources for prophylaxis and additional resources. The protocols of the Ministry of Health proved to be useful, and the initial and permanent training of health professionals to treat leprosy is a central element for conclusions and considerations in this investigation.
Descriptors: Leprosy, Nursing, Therapeutics, Professional Practice, Education Continuing.
Formación y práctica de enfermeras en asistencia a la persona con lepra
Resumen: Este trabajo tuvo como objetivo analizar la formación y el rol del profesional de enfermería de la Estrategia de Salud de la Familia en la atención de personas con lepra en Unidades Básicas de Salud en territorio hiperendémico. Se trata de una investigación cualitativa, que utilizó un cuestionario semiestructurado y análisis de contenido como método de recolección de datos. Los testimonios evidenciaron que la humanización en el contacto con el paciente y el trabajo integrado del equipo interprofesional maximizan la posibilidad de que el paciente con lepra adhiera al tratamiento y persista en el camino del autocuidado. El tratamiento fue un aspecto central en el discurso de los enfermeros participantes en la investigación, indicando cierta limitación de recursos para la profilaxis y recursos adicionales. Los protocolos del Ministerio de Salud resultaron útiles, y la formación inicial y permanente de los profesionales de la salud para el tratamiento de la lepra es un elemento central para las conclusiones y consideraciones de esta investigación.
Descriptores: Lepra, Enfermería, Terapéutica, Práctica Profesional, Educación Continua.
Downloads
Referências
World Health Organization (WHO). Global leprosy update, 2016: accelerating reduction of disease burden. Geneve: WHO; 2018. Disponível em: <https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/258842/WER9235-501-519.pdf>.
Maymone MB, Laugther M, Venkatesh S, Dacso MM, Rao PN, Stryjewska BM, et al. Leprosy: Clinical aspects and diagnostic techniques. J Am Acad Dermatol. 2020; 83(1):1-14.
Palit A, Kar HK. Prevention of transmission of leprosy: The current scenario. Indian J Dermatol Venereol Leprol. 2020; 86(2):115-23
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância e Doenças Transmissíveis. Guia Prático sobre a Hanseníase. Brasília, DF: Ministério da Saúde. 2017. Disponível em: <https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/novembro/22/Guia-Pratico-de-Hanseniase-WEB.pdf>.
Albano ML, Sousa AA, Cezário KG, Pennafort VP, Américo CF. A consulta de enfermagem no contexto de cuidado do paciente com hanseníase. Rev Hansen Int. 2016; 41(1-2):25-33.
Monteiro LD, Martins-Melo FR, Brito AL, Alencar CH, Heukelbach J. Padrões espaciais da hanseníase em um estado hiperendêmico no Norte do Brasil, 2001-2012. Rev Saúde Pública. 2015; 49:84.
Monteiro LD, Martins-Melo FR, Pires BS. Tendência temporal e distribuição espacial da mortalidade relacionada à hanseníase no estado do Tocantins, 2000-2015. Epidemiol Serv Saúde. 2020; 29:e2018336.
Maymone MB, Venkatesh S, Laughter M, Abdat R, Hugh J, Dacso MM, et al. Leprosy: Treatment and management of complications. J Am Acad Dermatol. 2020; 83(1):17-30.
Filgueira NA, Costa JI Júnior, Lucena VG, Leitão CC, Kitner D, Azevedo JC, et al. Condutas em clínica médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2007.
Rodrigues FF, Calou CG, Leandro TA, Antezana FJ, Pinheiro AK, Silva VM, et al. Conhecimento e prática dos enfermeiros sobre hanseníase: ações de controle e eliminação. Rev Bras Enferm. 2015; 68(2):297-304.
Veronesi R, Focaccia R. Tratado de infectologia: v. 5. São Paulo: Atheneu; 2015.
Brasil. Ministério da Saúde. Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da hanseníase como problema de saúde pública. Brasília, DF: Ministério da Saúde. 2016. Disponível em: <http://www.credesh.ufu.br/sites/credesh.hc.ufu.br/arquivos/diretrizes-eliminacao-hanseniase-4fev16-web.pdf>.
Silva MC, Paz EP. Experiências de cuidado dos enfermeiros às pessoas com hanseníase: contribuições da hermenêutica. Acta Paul Enferm. 2017; 30(4):435-41.
Lanza FM, Lana FC. O processo de trabalho em hanseníase: tecnologias e atuação da equipe de saúde da família. Texto Contexto Enferm. 2011; 20(n. esp.):238-46.
Firmino AA, Moraes MC, Nascimento PE, Paiva SM, Silveira CA. Atuação de enfermeiros na estratégia de saúde da família em um município de Minas Gerais. Saúde (Santa Maria). 2016; 42(1):49-58.
Oliveira MF. Metodologia científica: um manual para a realização de pesquisas em administração. Catalão: Universidade Federal de Goiás; 2011.
Creswell JW. Investigação qualitativa e projeto de pesquisa: escolhendo entre cinco abordagens. Porto Alegre: Penso. 2014.
Tong A, Sainsbury P, Craig J. Consolidated criteria for reporting qualitative research (COREQ): a 32-item checklist for interviews and focus groups. Int J Qual Health Care. 2007; 19(6):349-57.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Tocantins. Brasília, DF: IBGE. 2019. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/to/panorama>.
Bardin L. Análise de conteúdo. 3ª reimpressão. São Paulo: Edições 70; 2016.
Campos CJ. Método de análise de conteúdo: ferramenta para a análise de dados qualitativos no campo da saúde. Rev Bras Enferm. 2004; 57(5):611-4.
Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos [Internet]. Brasília, DF: Diário Oficial da União. 2013. Disponível em: <http://bit.ly/1mTMIS3>.
World Medical Association (WMA). World Medical Association Declaration of Helsinki: ethical principles for medical research involving human subjects. JAMA. 2013; 310(20):2191-4.
Vieira NF, Lanza FM, Lana FC, Martínez-Riera J. R. Avaliação dos atributos da atenção primária à saúde nas ações de controle da hanseníase. Rev Enferm UERJ. 2018; 26:e31925.
Oliveira J, Marinus MW, Monteiro EM. Práticas de atenção à saúde de crianças e adolescentes com hanseníase: discursos de profissionais. Rev Gaúcha Enferm. 2020; 41:e20190412.
Cabral CV, Costa MA, Lima RB, Silva JS, Cabral LC, Rocha NM. O papel do enfermeiro na prevenção de incapacidades e deformidades no portador de hanseníase. Rev Interdisc. 2016; 9(2):168-77.
Girão OA Neta, Arruda GM, Carvalho MM, Gadelha RR. Percepção dos profissionais de saúde e gestores sobre a atenção em hanseníase na Estratégia Saúde da Família. Rev Bras Prom Saúde. 2017; 30(2):239-48.
Vieira NF, Rodrigues RN, Niitsuma EN, Lanza FM, Lana FC. Avaliação da atenção primária: comparativo entre o desempenho global e as ações de hanseníase. Rev Enferm Centro-Oeste Mineiro. 2019; 9:e2896.
Garbin CA, Garbin AJ, Carloni ME, Rovida TA, Martins RJ. The stigma and prejudice of leprosy: influence on the human condition. Rev Soc Bras Med Trop. 2015; 48(2):194-201.
Teixeira CS, Pescarini JM, Alves FJ, Nery JS, Sanchez MN, Teles C, et al. Incidence of and factors associated with leprosy among household contacts of patients with leprosy in Brazil. JAMA Dermatology. 2020; 156(6):640-48.
Silva C, Albuquerque V, Antunes M. Leprosy as a neglected disease and its stigma in the northeast of Brazil. Indian J Leprol. 2014; 86:53-9.
Penha AA, Oliveira JL, Soares JL, Rufino NF, Rocha RP, Viana MC. Desafios na adesão ao tratamento da hanseníase segundo enfermeiros da atenção primária à saúde. Cad Cult Ciência. 2015; 14(2):75-82
Batista TV, Vieira CS, Paula MA. A imagem corporal nas ações educativas em autocuidado para pessoas que tiveram hanseníase. Physis (Rio J.). 2014; 24(1):89-104.
Nascimento GR, Barreto AJ, Brandão GC, Tavares CM. Ações do enfermeiro no controle da hanseníase. Rev Elet Enferm. 2011; 13(4):743-50
Mi Z, Liu H, Zhang F. Advances in the immunology and genetics of leprosy. Front Immunol. 2020; 11:567.
Kundakci N, Erdem C. Leprosy: A great imitator. Clin Dermatol. 2019; 37(3):200-12.
Carvalho R Filho, Santos SS, Pinto NM. Hanseníase: detecção precoce pelo enfermeiro na atenção primária. Rev Enf Int. 2010; 3(2):606-20.
Aquino CM, Rocha EP, Guerra MC, Coriolano MW, Vasconcelos EM, Alencar EN. Peregrination (Via Crucis) to a diagnosis of leprosy. Rev Enferm UERJ. 2015; 23(2):185-90.
Ribeiro MD, Castillo IS, Silva JC, Oliveira SB. A visão do profissional enfermeiro sobre o tratamento da hanseníase na atenção básica. Rev Bras Prom Saúde. 2017; 30(2):221-8
Lopes EF, Silva LS, Rotta CS, Oliveira JH, Menezes IR, Nakamura L, et al. Health education: exchange of knowledge in combat the stigma of leprosy. Braz J Develop. 2020; 6(2):5350-68.
Baldim LB. Ensino em saúde e conhecimento sobre hanseníase entre os profissionais de saúde da atenção básica [Internet] [Dissertação]. Campinas (SP): Universidade Estadual de Campinas. 2020. Disponível em: <http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/341903/1/Baldim_LeticiaBotigeli_M.pdf>.
Cortela DD, Ferreira SM, Virmond MC, Mieras L, Steinmann P, Ignotti E, et al. Aceitabilidade da quimioprofilaxia em área endêmica para a hanseníase: projeto PEP-Hans Brasil. Cad Saúde Pública. 2020; 36(3):e00068719.
Cavalcante JL, Xavier SP, Cabral JF, Viana MC, Cavalcante EG. Tecnologias em saúde para a promoção do autocuidado em pacientes com hanseníase: explorando evidências científicas. Rev Baiana Enferm. 2019; 33:e33369.
Vendruscolo C, Trindade LL, Krauzer IM, Prado ML. A inserção da universidade no quadrilátero da educação permanente em saúde: relato de experiência. Texto Contexto - Enferm. 2016; 25(1):e2530013.
Falkenberg MB, Mendes TD, Moraes EP, Souza EM. Educação em saúde e educação na saúde: conceitos e implicações para a saúde coletiva. Ciên Saúde Coletiva. 2014; 19:847-852.
Mello AD, Brito LJ, Terra MG, Camelo SH. Estratégia organizacional para o desenvolvimento de competências de enfermeiros: possibilidades de Educação Permanente em Saúde. Esc Anna Nery. 2018; 22(1):e20170192.
Kobayashi RM, Araújo GD. Avaliação do treinamento mediado por tecnologias educacionais: revisão integrativa. J Health Inform. 2019; 11(3):85-91
Cavalcanti FO, Guizardi FL. Educação continuada ou permanente em saúde? Análise da produção pan-americana da saúde. Trab Educ Saúde. 2018; 16(1):99-122.
Santos ML, Ramos N, Queiroz GS. Educação permanente em saúde no Brasil na modalidade EAD: produção científica em periódicos. Rev EDaPECI. 2017; 17(3):61-75.
Uchida TH, Fujimaki M, Umeda JE, Higasi MS, Caldarelli PG. Percepção de profissionais de saúde sobre utilização de tecnologias de informação e comunicação. Rev Sustinere. 2020; 8(1):4-22.
Almeida WN, Cavalcante LM, Miranda TK. Educação permanente como ferramenta de integração entre agentes de saúde e de endemias. Rev Bras Prom Saúde. 2020; 33:e10266.
Publicado
- Visualizações 0
- pdf downloads: 0