Ser mulher e familiar cuidadora de pessoas com doença de Alzheimer

Autores

  • Luana Machado Andrade luana.machado@uesb.edu.br
  • Luciana Araújo dos Reis luciana.arauno@uesb.edu.br
  • Luma Costa Pereira Peixoto luma.costa@uesb.edu.br
  • Patrícia Anjos Lima de Carvalho patriciaalc@uesb.edu.br
  • Edméia Campos Meira edmeia.campos@uesb.edu.br
  • Edite Lago da Silva Sena edite.lago@uesb.edu.br

DOI:

10.24276/rrecien2022.12.40.24-35

Palavras-chave:

Filosofia em Enfermagem, Cuidadores, Mulheres, Doença de Alzheimer, Grupos de Apoio

Resumo

O objetivo consiste em compreender o significado do cuidado de pessoas com doença de Alzheimer vivenciado por mulheres, cuidadoras, e trabalhadoras da saúde, integrantes de grupos de ajuda mútua comunitários. Estudo fundamentado na ontologia da experiência de Maurice Merleau-Ponty com base na noção do corpo próprio. Desvela-se pela participação de 12 mulheres, familiares cuidadoras e trabalhadoras da saúde, integrantes de grupos de ajuda mútua comunitários. A produção das descrições vivenciais ocorreu em três encontros de Grupo Focal, cujo material resultante foi submetido à Analítica da Ambiguidade. As participantes desvelaram aspectos sensíveis e socioantropológicos de suas vidas, mediante retomada de um horizonte de passado e perspectivas de futuro, que as põem diante do dever (cultura) e do desejo (sentimento) de cuidar do familiar com Doença de Alzheimer. Trata-se de vivências expressas pela dimensão do corpo habitual, que mobiliza o corpo perceptivo para o exercício do ser cuidadora, mãe/filha, nora e esposa. A coexistência presente no grupo e o entrelaçamento com outras mulheres possibilitam a experiência de transcendência (corpo do outro) do dever moral à liberdade responsável. Os grupos comunitários nos aproximaram de mulheres em seus territórios relacionais que se revelaram no campo da temporalidade e intersubjetividade possibilitada pela vivência grupal.

Descritores: Filosofia em Enfermagem, Cuidadores, Mulheres, Doença de Alzheimer, Grupos de Apoio.

 

Being a woman and family caring for people with alzheimer's disease

Abstract: The objective is to understand the meaning of care for people with Alzheimer's disease experienced by women, caregivers and health workers, members of community mutual help groups. Study based on the ontology of the experience of Maurice Merleau-Ponty based on the notion of the proper body. It is unveiled by the participation of 12 women, family caregivers and health workers, members of community mutual help groups. The production of experiential descriptions took place in three Focus Group meetings, whose resulting material was submitted to the Ambiguity Analysis. The participants unveiled sensitive and socio-anthropological aspects of their lives, by resuming a horizon of the past and future perspectives, which put them in front of the duty (culture) and desire (feeling) of caring for the family member with Alzheimer's Disease. These are experiences expressed by the dimension of the habitual body, which mobilizes the perceptive body for the exercise of being a caregiver, mother/daughter, daughter-in-law and wife. The coexistence present in the group and the intertwining with other women enable the experience of transcendence (the body of the other) from the moral duty to responsible freedom. Community groups brought us closer to women in their relational territories, which revealed themselves in the field of temporality and intersubjectivity made possible by the group experience.

Descriptors: Philosophy in Nursing, Caregivers, Women, Alzheimer's Disease, Support Groups.

 

Ser mujer y familia cuidados de personas con enfermedad de Alzheimer

Resumen: El objetivo es comprender el significado de la atención a las personas con enfermedad de Alzheimer que experimentan las mujeres, los cuidadores y los trabajadores de la salud, miembros de grupos comunitarios de ayuda mutua. Estudio basado en la ontología de la experiencia de Maurice Merleau-Ponty basado en la noción de cuerpo propio. Se devela con la participación de 12 mujeres, cuidadoras familiares y trabajadoras de la salud, integrantes de grupos comunitarios de ayuda mutua. La producción de descripciones vivenciales se llevó a cabo en tres reuniones de Focus Group, cuyo material resultante fue sometido al Análisis de Ambigüedad. Los participantes desvelaron aspectos sensibles y socio-antropológicos de sus vidas, retomando un horizonte de perspectivas pasadas y futuras, que los colocan frente al deber (cultura) y el deseo (sentimiento) de cuidar al familiar con Alzheimer. Son experiencias expresadas por la dimensión del cuerpo habitual, que moviliza el cuerpo perceptivo para el ejercicio de ser cuidadora, madre / hija, nuera y esposa. La convivencia presente en el grupo y el entrelazamiento con otras mujeres posibilitan la vivencia de la trascendencia (el cuerpo del otro) del deber moral a la libertad responsable. Los grupos comunitarios nos acercaron a las mujeres en sus territorios relacionales, que se revelaron en el campo de la temporalidad y la intersubjetividad posibilitadas por la experiencia grupal.

Descriptores: Filosofía en Enfermería, Cuidadores, Mujeres, Enfermedad de Alzheimer, Grupos de Apoyo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Merleau-Ponty M. O visível e o invisível. 4. ed. São Paulo: Perspectiva. 2014.

Merleau-Ponty M. Fenomenologia da percepção. 5. ed. Tradução: Carlos Alberto Moura. São Paulo: Martins Fontes. 2015.

Meira EC, et al. Women's experiences in terms of the care provided to dependent elderly: gender orientation for care. Esc Anna Nery Rev Enferm. 2017; 21(2):e20170046.

Lins IL, Andrade LVR. The feminization of old age: representation and silencing of demands in the conferencing processes of women and elderly people. Mediações. 2018; 23(3):436-465.

Almeida AV, et al. The Feminization of Old Age: a focus on the socioeconomic, personal and family characteristics of the elderly and the social risk. Textos Contextos. 2015; 14(1)115-13.

Fernandes MRS, et al. Doença de Alzheimer nas Mulheres: prejuízos pessoais e luto familiar. Rev Multidisciplinar Psicologia. 2017; 12(39): 533-551.

Bernardo MHJ. A produção de cuidados na família e as políticas para o envelhecimento. Rev em Pauta. 2018; 16(42):65-80.

Folle AD, Shimizu HE, Naves JOS. Representação social da doença de Alzheimer para familiares cuidadores: desgastante e gratificante. Rev Esc Enferm USP. 2016; 50(1):81-87.

Campos CRF, et al. Entender e envolver: avaliando dois objetivos de um programa para cuidadores de idosos com Alzheimer. Psico. 2019; 50(1):e29444.

Vasconcelos NRI, et al. Estresse oxidativo em cuidadores informais. Rev Bras Geriatria Gerontologia. 2019; 22(4):1-10.

Oliveira EL, Marques, ACS. Familismo, patriarcado e empobrecimento feminino na comunicação pública do governo sobre o Programa Bolsa-Família. Rev Anagrama: Rev Científica Interdisciplinar da Graduação. 2019; 2(13):1-21.

Freire P. Extensão ou Comunicação? 8. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 2006.

Freire P. Pedagogia do oprimido. 68. ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra. 2019.

Tong A, Sainsbury P, Craig J. Consolidated criteria for reporting qualitative research (COREQ): a 32-item checklist for interviews and focus groups. International Journal for Quality in Health Care. 2007; 19(6):349-357.

Soares MI, Camelo SHH, Resck ZMR. A técnica de grupo focal na coleta de dados qualitativos: relato de experiência. Rev Mineira Enferm. 2016; 20(942):1-5.

Sena ELS, et al. Analítica da ambiguidade: estratégia metódica para a pesquisa fenomenológica em saúde. Rev Gaúcha Enferm. 2010; 31(4):769-775.

Cronemberger IHGM, Teixeira SM. Familismo na política social brasileira e as mulheres. Rev FSA (Centro Universitário Santo Agostinho). 2012; 9(2):205-221.

Ilha S, et al. Gerontotecnologias utilizadas pelos familiares/cuidadores de idosos com Alzheimer: contribuição ao cuidado complexo. Texto Contexto Enferm. 2017; 70(4):726-732.

Watt M, et al. Caregiving expectations and challenges among elders and their adult children in Soulthern Sri Lanka. Ageing Society. 2014; 34(5):838-858.

Reis CCA, Sena, ELS, Menezes TMO. Experiences of family caregivers of hospitalized elderlies and the experience of intercorporeality. Escola Anna Nery Rev Enferm. 2016; 20(3):e20160070, 2016.

Vilhena J, et al. O que se passa na infância não fica na infância: sobre o respeito pelo outro nas relações sociais. Estilos da Clínica. 2017; 22(2):339-353.

Engel CL. Doença de Alzheimer: o cuidado com o potencial partilha de sofrimento. Estudos Interdisciplinares Sobre o Envelhecimento. 2017; 22(3):9-27.

Boff L. O cuidado necessário. 2. ed. Petrópolis: Vozes. 2012.

Amorim KPC. O cuidado de si para o cuidado do outro. Rev Bioethikos. 2013; 7(4):437-441.

Publicado

16-12-2022
Métricas
  • Visualizações 0
  • pdf downloads: 0

Como Citar

ANDRADE, L. M. .; REIS, L. A. dos .; PEIXOTO, L. C. P. .; CARVALHO, P. A. L. de .; MEIRA, E. C. .; SENA, E. L. da S. . Ser mulher e familiar cuidadora de pessoas com doença de Alzheimer. Revista Recien - Revista Científica de Enfermagem, [S. l.], v. 12, n. 40, p. 24–35, 2022. DOI: 10.24276/rrecien2022.12.40.24-35. Disponível em: https://recien.com.br/index.php/Recien/article/view/705. Acesso em: 1 abr. 2025.

Edição

Seção

Artigos