Percepção de profissionais no atendimento ao usuário surdo em um centro de especialidades médicas
DOI:
10.24276/rrecien2022.12.38.3-13Palavras-chave:
Atenção à Saúde, Língua de Sinais, SurdezResumo
No atendimento ao usuário surdo, profissionais que integram o serviço de saúde, como os enfermeiros, por exemplo, podem apresentar dificuldades na comunicação devido a falta de conhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras). O estudo visa descrever a percepção do profissional do serviço de saúde no atendimento do usuário surdo que se comunica pela Libras, em uma unidade especializada de média complexidade do município de Macaé - RJ. Realizou-se um estudo descritivo, quantitativo, entre março e abril de 2021, com profissionais (recepcionistas, enfermeiros, nutricionistas, médicos, dentre outros) de um Centro de Especialidades de Macaé, utilizando-se um formulário eletrônico com perguntas semiestruturadas. Participaram 33 profissionais, apresentando idade média (±DP) de 46,3 (±9,8) anos. Destes, 84,8% dos profissionais referiram não possuir capacitação em Libras, 78,8% não ter capacidade de se comunicar em Libras. O atendimento ao surdo sinalizante apresentou barreiras na comunicação devido a falta do conhecimento da Libras pelos profissionais.
Descritores: Atenção à Saúde, Língua de Sinais, Surdez.
Perception of professionals in the care of the deaf user in a center of medical specialties
Abstract: In assisting the deaf user, health professionals, including nurses, may experience difficulties in communication due to lack of knowledge of the Brazilian Sign Language (Libras). The study aims to describe the perception of the health professional in the care of the deaf user who communicates through Libras, in a specialized unit of medium complexity in the city of Macaé - RJ. A descriptive, quantitative study was carried out between March and April 2021, with health professionals (receptionists, nurses, nutritionists, doctors, among others) at the Macaé Specialty Center, using an electronic form with semi-structured questions. Thirty-three health professionals participated, with a mean age (±SD) of 46.3 (± 9.8) years. Of these, 84.8% of professionals reported not having training in Libras, 78.8% did not have the ability to communicate in Libras. The attendance of deaf people with signage presented barriers in communication due to the lack of knowledge of Libras by health professionals.
Descriptors: Delivery of Health Care, Sign Language, Hearing Loss.
Percepción de los profesionales en la atención al usuario sordo en un centro de especialidades médicas
Resumen: Al ayudar al usuario sordo, los profesionales de la salud, incluidas las enfermeras, pueden experimentar dificultades en la comunicación debido a la falta de conocimiento de la lengua de signos brasileña (Libras). El objetivo de este estudio es describir la percepción del profesional de la salud en la atención del usuario sordo que se comunica a través de Libras, en una unidad especializada de mediana complejidad en la ciudad de Macaé - RJ. Se realizó un estudio descriptivo, cuantitativo, entre marzo y abril de 2021, con profesionales de la salud (recepcionistas, enfermeras, nutricionistas, médicos, entre otros) en el Centro de Especialidades de Macaé, utilizando un formulario electrónico con preguntas semiestructuradas. Participaron 33 profesionales de la salud, con una edad media (± DE) de 46,3 (± 9,8) años. De estos, el 84,8% de los profesionales informaron no tener formación en Libra, el 78,8% no tenía la capacidad de comunicarse en Libra. La asistencia de personas sordas con señalización presentó barreras en la comunicación debido al desconocimiento de Libra por parte de los profesionales.
Descriptores: Atención a la Salud, Lengua de Signos, Sordera.
Downloads
Referências
Brasil. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Ministério da Saúde. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html>. Acesso em 14 mai 2021.
Brasil. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde. 2012.
Sousa SEM, Almeida MA. Atendimento ao surdo na atenção básica: perspectiva da equipe multidisciplinar. Rev Multidisciplinar Psicologia. 2017; 10(33):72-82.
Santos AS, Portes AJF. Percepções de sujeitos surdos sobre a comunicação na Atenção Básica à Saúde. Rev Latino Am Enferm. 2019; 27:e3127.
Brasil. Política nacional de atenção básica. Brasília: Ministério da Saúde. 2007.
Backes DS, Backes MS, Erdmann AL, Büscher A. O papel profissional do enfermeiro no Sistema Único de Saúde: da saúde comunitária à estratégia de saúde da família. Ciência Saúde Coletiva. 2012; 17(1):223-230.
Sanches ICB, Bispo LP, Santos CHS, França LS, Vieira SNS. O papel do enfermeiro frente ao paciente surdo. Rev Enferm UFPE online. 2019; 13(3):858-62.
Brasil. Ministério da Saúde. Decreto nº 5.626/2005. Regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para assuntos jurídicos. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5626.htm>. Acesso em 21 mar 2021.
Lezzoni LI, O’Day BL, Killenn M, Harker H. Communicating about Health Care: Observations from Persons Who Are Deaf or Hard of Hearing. AnnalsofInternal Medicine. 2004; 140(5):356-62.
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 95 do Ministério da Saúde, de 26 de janeiro de 2001. Regionalização da assistência à saúde: aprofundando a descentralização com equidade no acesso. Norma operacional da assistência à saúde Noas-SUS 01/01. Diário Oficial da União, Brasília, 26 jan. 2001.
Sampaio BG, Capelli JCS, Paredes HDMT, Almeida MFL, Paiva RS, Alvarez AB. Assistência à Saúde ao Surdo no Brasil: uma revisão da literatura. In: Castro LHA, Pereira TT, Oesterreich SA. (Orgs.). Ciências da Saúde: Campo promissor em pesquisa 6. Ponta Grossa, PR: Atena. 2020.
Oliveira ALR, Mendonça SMH, Mendonça RMH. A língua estrangeira como barreira para o cuidado em saúde. São Paulo: Revista Recien. 2011; 1(3):5-9.
Rubio JAS, Queiroz LS. A aquisição da Linguagem e Integração Social: A Libras como formadora de identidade do surdo. Rev Eletr Saberes Educação. 2014; 5(1).
Chaveiro N, Duarte SBR, Freitas AR, Barbosa MA, Porto CC, Fleck MPA. Instrumentos em Língua Brasileira de Sinais para avaliação da qualidade de vida da população surda. Rev Saúde Pública. 2013; 47(3):616-23.
Brasil. Lei nº 12.319, de 1 de setembro de 2010. Regulamenta a profissão de Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS Casa Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1 set. 2010. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007- 2010/2010/lei/l12319.htm>. Acesso em 22 mai 2021.
Ferreira DRC, Alves FAP, Silva EMA, Linhares FMP, Araujo GKN. Assistência à gestante surda: barreiras de comunicação encontradas pela equipe de saúde. Rev Saúde Redes. 2019; 5(3):3142.
Chaveiro N, Porto CC, Barbosa MA. Relação do paciente surdo com o médico. Rev Bras Otorrinolaringologia. 2009; 75(1):147-50.
Brito FR, Samperiz MMF. Dificuldades de comunicação e estratégias utilizadas pelos enfermeiros e sua equipe na assistência ao deficiente auditivo. Einstein. 2010; 8(1):80-5.
Capelli JSC, De Cicco NNT, Barral J, Rumjanek VM. Educação de surdos no ensino superior. Rio de Janeiro: Editora UFRJ. 2019.
Costa LSM, Silva NCZ. Desenvolvendo atitudes, conhecimentos e habilidades dos estudantes de medicina na atenção em saúde de pessoas surdas. Interface Comunicação, Saúde, Educação. 2012; 16(43): 1107-17
Souza MFNS, Araújo AMB, Sandes LFF, Freitas DA, Soares WD, Vianna RSM. Principais dificuldades e obstáculos enfrentados pela comunidade surda no acesso à saúde: uma revisão integrativa de literatura. Rev CEFAC. 2017; 19(3):395-405.
Pereira AAC, Passarin NPP, Nishida FS, Garcez VF. Meu sonho é ser compreendido: uma análise da interação médico-paciente surdo durante assistência à saúde. Rev Bras Educação Médica. 2020; 44(4):1-9.
Brasil. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Secretaria - Geral. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 7 jul. 2015. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm>. Acesso em 22 mai 2021.
Aragão JS, Magalhães IM, Coura AS, Silva AFR, Cruz GKP, França ISX. Acesso e comunicação de adultos surdos: uma voz silenciada nos serviços de saúde. Rev Pesq Cuidado é Fundamental online. 2014; (6):1-7.
Lopes RM, Vianna NG, Silva EM. Comunicação do surdo com profissionais de saúde na busca da integralidade. Rev Saúde Pesquisa. 2017; 10(2):213-221.
Moura RS, Saraiva FJC, Barbosa VMS, Gomes GG, Calles ACN, Junior JAS. Língua brasileira de sinais como disciplina obrigatória na graduação em enfermagem: opiniões dos discentes. Enferm Atenção Saúde, 2019; 8(1):71-80.
Brasil. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Casa Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 19 set. 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm>. Acesso em 22 mai 2021.
Prefeitura de Macaé. Decreto Municipal nº 004/2021, de 8 de janeiro de 2021. Gabinete do Prefeito. Macaé, RJ, 7 jul. 2015. Disponível em: <http://www.macae.rj.gov.br/midia/uploads/Decreto%20004- 2021%20Consolidado%20COVID.pdf>. Acesso em 22 mai 2021.
Publicado
- Visualizações 0
- pdf downloads: 0