Análise da distribuição espacial da hanseníase em um município paulista

Autores

  • Ana Paula Roveroni aproveroni@hotmail.com
  • Antônio Carlos Vieira Ramos antonio.vieiraramos@outlook.com
  • Ricardo Alexandre Arcêncio ricardo@eerp.usp.br
  • Flávia Meneguetti Pieri fpieri@uel.br
  • Drieli Rezende Gobbi drieligobbi@hotmail.com
  • Simone Teresinha Protti Zanatta prottizanattasi@gmail.com

DOI:

10.24276/rrecien2022.12.37.22-33

Resumo

Analisar áreas de risco espacial para a ocorrência da hanseníase em um município paulista. Estudo ecológico dos casos de hanseníase registrados em um Sistema de Informação em Saúde, do período de 2006 a 2016. Recorreu-se à análise descritiva e a aplicação da estatística de densidade Kernel. Identificou-se 85 casos de hanseníase, com predomínio no sexo masculino; faixa etária igual ou superior a 51 anos; raça branca; ensino fundamental completo ou incompleto e forma clínica dimorfa. Foram geocodificados 75 casos. Na análise de Kernel observou-se uma distribuição espacial heterogênea da doença, com concentrações de casos nas regiões norte, leste e pequeno foco na região sul do município. Este estudo evidenciou a doença nos grupos populacionais com baixa renda, baixa escolaridade e em situação de pobreza, traduzindo-se assim, a necessidade de desenvolver políticas públicas que possam vislumbrar novas estratégias para o controle da hanseníase.

Descritores: Análise Espacial, Atenção Primária à Saúde, Distribuição Espacial da População, Hanseníase.

 

Analysis of the spatial distribution of leprosy in a city in São Paulo

Abstract: To analyze areas of spatial risk for the occurrence of leprosy in a city in São Paulo. Ecological study of leprosy cases registered in a Health Information System, from 2006 to 2016. Descriptive analysis and the application of Kernel density statistics were used. 85 leprosy cases were identified, with a predominance in males; age group equal to or greater than 51 years; White breed; complete or incomplete elementary school and dimorphic clinical form. 75 cases were geocoded. In the Kernel analysis, a heterogeneous spatial distribution of the disease was observed, with concentrations of cases in the northern, eastern and small areas in the southern region of the municipality. This study showed the disease in population groups with low income, low education and in situations of poverty, thus translating the need to develop public policies that can envision new strategies for the control of leprosy.

Descriptors: Spatial Analysis, Primary Health Care, Spatial Distribution of Population, Leprosy.

 

Análisis de la distribución espacial de la lepra en una ciudad paulista

Resumen: Analizar áreas de riesgo espacial para la ocurrencia de lepra en una ciudad de São Paulo. Estudio ecológico de casos de lepra registrados en un Sistema de Información de Salud, de 2006 a 2016. Se utilizaron análisis descriptivos y la aplicación de estadísticas de densidad de Kernel. Se identificaron 85 casos de lepra, con predominio en varones; grupo de edad igual o mayor a 51 años; Raza blanca; escuela primaria completa o incompleta y forma clínica dimórfica. 75 casos fueron geocodificados. En el análisis de Kernel, se observó una distribución espacial heterogénea de la enfermedad, con concentraciones de casos en las áreas norte, este y pequeñas en la región sur del municipio. Este estudio mostró la enfermedad en grupos de población con bajos ingresos, baja educación y en situaciones de pobreza, traduciendo así la necesidad de desarrollar políticas públicas que puedan visualizar nuevas estrategias para el control de la lepra.

Descriptores: Análisis Espacial, Atención Primaria a la Salud, Distribución Espacial de la Población, la Lepra.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

World Health Organization. OPAS/OMS reafirma compromisso em trabalhar com países para eliminar doenças transmissíveis até 2030. OPAS/OMS. 2018. Disponível em: <https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5752:opas-oms-reafirma-compromisso-em-trabalhar-com-paises-para-eliminar-doencas-transmissiveis-ate-2030&Itemid=812>. Acesso em 02 mar 2018.

World Health Organization. Global leprosy strategy 2016-2020: Accelerating towards a leprosy-free world. New Delhi: World Health Organization; SEARO/Department of Control of Neglected Tropical Diseases. 2016. Disponível em: <http://apps.who.int/iris/handle/10665/208824>. Acesso em 16 mar 2018.

Arantes CK, Garcia MLR, Filipe MS, Nardi SMT, Paschoal VDA. Health services assessment of early leprosy diagnosis. Epidemiol Serv Saúde. 2010; 19(2):155-164.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Sistema Nacional de Vigilância em Saúde: relatório de situação: São Paulo, Série C. Projetos, Programas e Relatórios. 5ª ed. Brasília. 2011; 35p. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sistema_nacional_vigilancia_saude_sp_5ed.pdf>. Acesso em 22 mar 2018.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva, Departamento de Informática do SUS. Brasília. 2018. Disponível em: . Acesso em 22 mar 2018.

Romão ER, Mazzoni AM. Perfil epidemiológico da hanseníase no município de Guarulhos, SP. Rev Epidemiol Controle Infecção. 2013; 3(1):22-27.

Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Informações Censo 2010 município de Araras. 2010. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/araras/panorama>. Acesso em 22 mar 2018.

Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Malhas digitais. Disponível em: <https://mapas.ibge.gov.br/bases-e-referenciais/bases-cartograficas/malhas-digitais>. Acesso em 24 mar 2018.

Santos-Neto M, Yamamura M, Garcia MCC, Popolin MP, Silveira TRS, Arcêncio RA. Análise espacial dos óbitos por tuberculose pulmonar em São Luís, Maranhão. J Bras Pneumol. 2014; 40(5):543-551.

Ramos ACV, Yamamura M, Arroyo LH, Popolin MP, Chiaravalloti Neto F, Palha PF, et al. Spatial clustering and local risk of leprosy in São Paulo, Brazil. PLoS Negl Trop Dis. 2017; 11(2):e0005381.

Lana FCF, Lanza FM, Meléndez GV, Branco AC, Teixeira S, Malaquias LCC, et al. Leprosy distribution, by gender, in the Municipality of Governador Valadares, Minas Gerais, Brazil. Hansen Int. 2003; 28(2):131-137.

Monteiro LD, Alencar CHM, Barbosa JC, Braga KP, et al. Incapacidades físicas em pessoas acometidas pela hanseníase no período pós-alta da poliquimioterapia em um município no Norte do Brasil. Cad Saúde Pública. 2013; 29(5):909-920.

Nogueira PSF, Marques MB, Coutinho JFV, Maia JC, Silva MJ, Moura ERF. Factors associated with the functional capacity of older adults with leprosy. Rev Bras Enferm. 2017; 70(4):711-718.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da Hanseníase como problema de saúde pública: manual técnico-operacional. Brasília. 2016; 58 p. Disponível em: <http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/Manual_de_Diretrizes_Eliminacao_Hanseniase.pdf>. Acesso em 01 mar 2018.

Batista ES, Campos RX, Queiroz RCG, Siqueira SL, et al. Perfil sócio-demográfico e clínico-epidemiológico dos pacientes diagnosticados com hanseníase em Campos dos Goytacazes, RJ. Rev Bras Clin Med. 2011; 9(2):101-106.

Nery JS, Pereira SM, Rasella D, Penna ML, Aquino R, et al. Effect of the Brazilian conditional cash transfer and primary health care programs on the new case detection rate of leprosy. PLoS Negl Trop Dis. 2014; 8(11):e3357.

Brasil. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico. Secretaria de Vigilância em Saúde. Caracterização da situação epidemiológica da hanseníase e diferenças por sexo, Brasil, 2012-2016. 2018; 49(4):1-10.

Lopes VAS, Rangel EM. Hanseníase e vulnerabilidade social: uma análise do perfil socioeconômico de usuários em tratamento irregular. Saúde Debate. 2014; 38(103):817-829.

Simionato de Assis I, Arcoverde MAM, Ramos ACV, Alves LS, et al. Determinantes sociais, sua relação com o risco de hanseníase e tendências temporais em uma região tríplice da América Latina. PLoS Negl Trop Dis. 2018; 12 (4): e0006407.

Miranzi SSC, Pereira LHM, Nunes AA. Perfil epidemiológico da hanseníase em um município brasileiro no período de 2000 a 2006. Rev Soc Bras Med Trop. 2010; 43(1):62-67.

Gonçalves NV, Alcântara RCC, Sousa JAS, Pereira ALRR, Miranda CSC, et al. A hanseníase em um distrito administrativo de Belém, estado do Pará, Brasil: relações entre território, socioeconomia e política pública em saúde, 2007-2013. Rev Pan-Amaz Saúde. 2018; 9(2):21-30.

Melão S, Blanco LFO, Mounzer N, Veronezi CCD, Simões PWTA. Perfil epidemiológico dos pacientes com hanseníase no extremo Sul de Santa Catarina, no período de 2001 a 2007. Rev Soc Bras Med Trop. 2011; 44(1):79-84.

Barcellos C, Bastos FI. Geoprocessamento, ambiente e saúde: uma união possível? Cad Saúde Pública. 1996; 12(3):389-397.

Secretaria Municipal de Ação e Inclusão Social (Araras). Chamamento público organizações da sociedade civil. Araras. 2018. Disponível em: <http://araras.sp.gov.br/im/01_MC.pdf>. Acesso em 12 set 2018.

Lanza FM, Vieira NF, Oliveira MMC, Lana FCF. Instrumento para avaliação das ações de controle da hanseníase na Atenção Primária. Rev Bras Enferm. 2014; 67(3):339-346.

Publicado

05-03-2022
Métricas
  • Visualizações 0
  • pdf downloads: 0

Como Citar

ROVERONI, A. P. .; RAMOS, A. C. V. .; ARCÊNCIO, R. A. .; PIERI, F. M. .; GOBBI, D. R. .; ZANATTA, S. T. P. . Análise da distribuição espacial da hanseníase em um município paulista. Revista Recien - Revista Científica de Enfermagem, [S. l.], v. 12, n. 37, p. 22–33, 2022. DOI: 10.24276/rrecien2022.12.37.22-33. Disponível em: https://recien.com.br/index.php/Recien/article/view/606. Acesso em: 18 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos