Contatos intradomiciliares: aspectos epidemiológicos e sua importância para eliminação da hanseníase

Autores

  • André Wilian Lozano lozanoenf@gmail.com
    FAMERP
  • José Martins Pinto Neto jmpintoneto@gmail.com
    FEF
  • Luana Laís Femina femina.luana@gmail.com
    FAMERP
  • Rogério Rodrigo Ramos rogerio_enfer@hotmail.com
    FAMERP
  • Susilene Maria Tonelli Nardi susilenenardi@gmail.com
    FAMERP
  • Vânia Del’ Arco Paschoal vaniadelarco@gmail.com
    FAMERP

DOI:

10.24276/rrecien2020.10.32.11-23

Palavras-chave:

Hanseníase, Epidemiologia, Transmissão de Doença Infecciosa, Habitação

Resumo

O domicílio é apontado como importante ambiente de transmissão da hanseníase. Identificar e descrever os fatores sociodemográficos e epidemiológicos dos contatos intradomiciliares de casos de hanseníase, numa cidade hiperendêmica. Pesquisa descritiva e transversal, com 146 contatos. A maioria (83,6%) residia de 10 ou mais anos no município; relatou que não fizeram exame neurodermatológico (69,1%). 124 (84,9%) contatos possuíam uma cicatriz da vacina BCG-id e desses, 65 (52,4%) não receberam nenhuma dose após a descoberta do caso. Foram 28 casos novos intradomiciliares que adoeceram após o diagnóstico do caso índice. Deve-se implementar ações de melhoria quanto a vigilância de contatos de hanseníase com monitoramento dos resultados dos processos assistenciais que incluam ações específicas de controle dos comunicantes intradomiciliares, o qual consideramos como um dos pilares estratégicos para a quebra da cadeia epidemiológica da doença

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

André Wilian Lozano, FAMERP

Enfermeiro pela Fundação Educacional de Fernandópolis. Mestre pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP). Professor na Universidade Brasil e Fundação Educacional de Fernandópolis (FEF). Membro da Rede Brasileira de Enfermagem em Segurança do Paciente-REBRAENSP.

José Martins Pinto Neto, FEF

Enfermeiro pela Fundação Educacional de Fernandópolis. Doutor pela USP. Professor na Universidade Brasil e Fundação Educacional de Fernandópolis (FEF).

Luana Laís Femina, FAMERP

Enfermeira. Mestre pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP). Enfermeira do Hospital de Base de São José do Rio Preto, SP.

Rogério Rodrigo Ramos, FAMERP

Enfermeiro pela Fundação Educacional de Fernandópolis. PhD em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP). Prof. na Universidade Brasil e no Programa de Residência Médica.

Susilene Maria Tonelli Nardi, FAMERP

Terapeuta Ocupacional. Doutora pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP). Pesquisadora no Instituto Adolfo Lutz.

Vânia Del’ Arco Paschoal, FAMERP

Enfermeira pela Faculdade Sagrado Coração de Jesus. Doutora pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP). Professora na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP).

Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de vigilância em saúde. Hanseníase. 3 ed. Ministério da Saúde: Brasília. 2019.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim epidemiológico. Hanseníase 2020. Brasília: Ministério da Saúde. 2020. Disponível em <https://www.saude.gov.br/ images/pdf/2020/janeiro/31/Boletim-hanseniase-2020-web.pdf>.

Boigny R N, Souza EA, Romanholo HSB, Araújo OD, Araújo TME, Carneiro MAG et al. Persistência da hanseníase em redes de convívio domiciliar: sobreposição de casos e vulnerabilidade em regiões endêmicas no Brasil. Cad Saúde Pública. 2019; 35(2):e00105318.

Organização Mundial de Saúde. Estratégia global para hanseníase 2016/2020: aceleração rumo a um mundo sem hanseníase. 2016. Disponível em: <http://apps.who.int/iris/bitstrea m/10665/208824/8/9789290225201-Portuguese. pdf>.

Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 3.125 de 7 de outubro de 2010. Aprova as diretrizes para vigilância, atenção e controle da hanseníase. Brasília (DF). 2010. Acesso em: 22 jan 2015. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/hotsite /talidomida/legis/portaria_n_3125_hanseniase_2010.pdf>.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da hanseníase como problema de saúde pública. Manual técnico-operacional. Brasília (DF). 2016.

Romero-Montoya M, Beltran-Alzate JC, Cardona-Castro N. Evaluation and monitoring of Mycobacterium leprae transmission in household contacts of patients with Hansen’s dis - ease in Colombia. PLoS Negl Trop Dis. 2017; 11:e0005325.

Carvalho FM, Rodrigues LS, Duppre NC, Alvim IMP, Ribeiro-Alves M, Pinheiro RO et al. (2017) Interruption of persistent exposure to leprosy combined or not with recent BCG vaccination enhances the response to Mycobacterium leprae specific antigens. PLoS Negl Trop Dis. 2017; 11(5):e0005560.

Santos KCB, Corrêa RGCF, Rolim ILTP, Pascoal LM, Ferreira AGN. Estratégias de controle e vigilância de contatos de hanseníase: revisão integrativa. Saúde Debate. 2019; 43(121):576-591.

Nery JS, Ramond A, Pescarini JM, Alves A, Strina A, Ichihara MY, Penna MLF, Smeeth L, Rodrigues LC, Barreto ML, Brickley EB, Penna GO. Socioeconomic determinants of leprosy new case detection in the 100 Million Brazilian Cohort: a population-based linkage study. Lancet Glob Health. 2019; 7:e1226-36.

Cunha MHCM. Silvestre MPSA, Silva ARS, Rosário DDS, Xavier MB. Risk factors in household contacts of leprosy patients using clinical, sociodemographic, and laboratorial variables. Rev Pan Amaz Saúde. 2017; 8(2):23-30.

Monteiro TBM, Laurindo CR, Vidal SL, Oliveira BMC, Santos TO, Fernandes GAB, Nascimento TC, Coelho, ACO. Aspectos clínicos e sociodemográficos dos contatos domiciliares de casso de hanseníase. Rev Enferm UFPE online. 2018; 12(3):635-41.

Ramanholo HSB, Souza EA, Ramos Júnior AN, Kaiser, ACGCB, Silva, IO, Brito AL, Vasconcellos C. Surveillance of intradomiciliary contacts of leprosy cases: perspective of the client in a hyperendemic municipality. Rev Bras Enferm. 2018; 71(1):163-169.

Lobato DC, Neves DCO, Xavier MB. Avaliação das ações de vigilância de contatos domiciliares de pacientes com Hanseníase no município de Igarapé Açu, estado de São Paulo, Brasil. Rev Pan Amaz Saúde. 2016; 7(1):45-53.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Coordenação Geral de Hanseníase e Doenças em Eliminação. Nota Informativa Conjunta nº 1 de 2016. Alerta para o exame sistemático de hanseníase na população masculina e em idosos. Acesso em 18 dez 2016 Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/ images/pdf/2016/setembro/06/Nota-Informativa-Conjunta-n---01--SAS-e-SVS--para-publica--o.pdf>.

Souza EA, Ferreira AF, Pinto MSAP, Heukelbach J, Oliveira HX, Barbosa JC, Ramos-Junior AN. Desempenho da vigilância de contatos de casos de hanseníase: uma análise espaço-temporal no Estado da Bahia, Região Nordeste do Brasil. Cad Saúde Pública. 35(9):e00209518.

Lages S, Kerr BM, Bueno IC, Niitsuma ENA, Lana FCF. A baixa escolaridade está associada ao aumento de incapacidades físicas no diagnóstico de hanseníase no Vale do Jequitinhonha. HU Rev. 2019; 44(3):303-309.

Pescarini JM, Strina A, Nery JS, Skalinski LM, Andrade KVF, Penna MLF, Brickley EB, Rodrigues LC, Barreto ML, Penna GO. Socioeconomic risk markers of leprosy in high-burden countries: A systematic review and meta-analysis. PLoS Negl Trop Dis. 2018; 12(7):e0006622.

Pescarini JM, Williamson E, Nery JS, Ramond A, Ichihara MY, Fiaccone RL, Penna MLF, Smeeth L, Rodrigues LC, Penna GO, Brickley EB, Barreto ML. Effect of a conditional cash transfer programme on leprosy treatment adherence and cure in patients from the nationwide 100 Million Brazilian Cohort: a quasi-experimental study Lancet Infectious Diseases. 2020. Acesso em 10 abr 2020. Disponível em: <https://doi.org/10.10 16/S1473-3099(19)30624-3>.

Santos AS, Castro DS, Falqueto A. Fatores de risco para transmissão da hanseníase. Rev Bras Enferm. 2008; 61(esp):738-43.

Mendonça MA, Andrade YNL, Rolim ILTP, Aquino DMC, Soeiro VMS, Santos LH. Perfil epidemiológico dos contatos intradomiciliares de casos de hanseníase em capital hiperendêmica no Brasil. Rev Fun Care Online. 2019; 11(4):873-879.

Trindade LC, Martins LC, Marques DM, Mendes MS, Fonseca FLA, Pereira LAA. Importance of epidemiological surveillance of leprosy: analysis of the occurrence of leprosy in intra-domiciliary contacts in a capital in the Brazilian northeast region. Rev Soc Bras Med Trop. 2020; 53:e20190507.

Silva CFG, Nardi SMT, Paschoal VDA. The reliability of information records in the Health Information System: surveillance of intra-domiciliary leprosy contacts. Reciis – Rev Eletron Comun Inf Inov Saúde. 2019; 13(4):831-42.

World Health Organization. BCG vaccine: WHO position paper, recommendations. 2018; 36(24):3408-3410. Acesso em 25 abr 2019. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/s cience/article/pii/S0264410X18303451?via%3Dihub>.

Sarno EN, Duppre NC, Salles AM, Hacker MA, Nery JA, Matos HJ. Leprosy exposure, infection and disease: a 25-year surveillance study of leprosy patient contacts. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2012; 107(8):1054-1059.

Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia no SUS. Quimioprofilaxia de contatos de doentes de hanseníase com rifampicina em dose única. Relatório de Recomendação nº 165, 2015. Acesso em 18 abr 2020. Disponível em: <http://conitec.gov.br/images/Relatorios/2015/Relatorio_Quimioprofilaxia_Hanseniase_final.pdf>.

Barth-Jaeggi T, Steinmann P, Mieras L, van Brakel W, Richardus JH, Tiwari A, Bratschi M, Cavaliero A. Plaetse BV, Mirza F. Aerts A. Leprosy Post-Exposure Prophylaxis (LPEP) programme: study protocol for evaluating the feasibility and impact on case detection rates of contact tracing and single dose rifampicin. BMJ. 2016;6:e013633.

Cortela DCB, Ferreira SMB, Lopes VMC, Mieras L, Steinmann P, Ignotti E, Cavaliero A. Aceitabilidade da quimioprofilaxia em área endêmica para a hanseníase: projeto PEP-Hans Brasil. Cad Saúde Pública. 2020; 36(3):e00068719.

Pinto Neto JM, Carvalho HT, Cunha LES; Cassenote AJF, Lozano AW, Martins APS. Análise do controle dos contatos intradomiciliares de pessoas atingidas pela hanseníase no Brasil e no Estado de São Paulo de 1991 a 2012. Hansen Int. 2012; 38(1-2):68-78.

Romero-Montoya M, Beltran-Alzate JC, Cardona-Castro N. Evaluation and monitoring of Mycobacterium leprae transmission in household contacts of patients with Hansen's Disease in Colombia. Plos Neglected Topical Diseases, 2017. Acesso em 26 abr 2020. Disponível em: <https://journals.plos.org/plosntds/article?id=10.1371/journal.pntd.0005325>.

Pena MLF, Pena GO, Iglesias PC, Natal S, Rodrigues, LC. Anti-PGL-1 Positivity as a risk marker for the development of leprosy among contacts of leprosy cases: systematic review and metaanalysis. PLOS Neglected Tropical Diseases, 2016. Acesso em 26 abr 2020. Disponível em: <https://journals.plos.org/plosntds/article?id=10.1371/journal.pntd.0004703>.

Peneluppi LS, Moreira MAM, Tosta TJG, Bellato HR, Olivato GB, Ribeiro CSC. Perfil Epidemiológico da hanseníase em uma cidade do sul de Minas Gerais no período de nove anos: estudo retrospectivo. Revista Ciências em Saúde. 2015. 5(4).

Monteiro TBM, Laurindo CR, Vidal SL, Oliveira BMC, Santos TO, Fernandes GAB, Nascimento TC, Coelho, ACO. Aspectos clínicos e sociodemográficos dos contatos domiciliares de casso de hanseníase. Rev enferm UFPE on line. 2018; 12(3):635-41.

Publicado

31-12-2020
Métricas
  • Visualizações 2
  • PDF downloads: 0

Como Citar

LOZANO, A. W. .; PINTO NETO, J. M. .; FEMINA, L. L. .; RODRIGO RAMOS, R. .; TONELLI NARDI, S. M. .; ARCO PASCHOAL, V. D. . Contatos intradomiciliares: aspectos epidemiológicos e sua importância para eliminação da hanseníase. Revista Recien - Revista Científica de Enfermagem, [S. l.], v. 10, n. 32, p. 11–23, 2020. DOI: 10.24276/rrecien2020.10.32.11-23. Disponível em: https://recien.com.br/index.php/Recien/article/view/306. Acesso em: 25 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos Originais