Hanseníase: perfil clínico-epidemiológico dos pacientes intolerantes ao tratamento padrão
DOI:
10.24276/rrecien2022.12.38.418-429Palavras-chave:
Hanseníase, Poliquimioterapia, Perfil Epidemiológico, Toxicidade por MedicamentoResumo
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa de evolução lenta, causada pelo Mycobacterium leprae. Analisar as características sociodemográficas e clínicas de pacientes com hanseníase com intolerância ao tratamento padrão na cidade de Foz do Iguaçu-Paraná. Estudo epidemiológico, descritivo, transversal, do tipo levantamento. De 2012 a 2014, foram tratados e finalizados 146 casos, dos quais 48 receberam troca de tratamento, o medicamento com maior intolerância foi dapsona (91,5%), seguido de dapsona + clofazimina (6,4%) e ofloxacina (2,1%). Dimórfico e Virchowiano foi a forma clínica mais frequente, a anemia hemolítica ocorreu em 72,1% dos pacientes com intolerância ao dapsona. Concluiu-se que houve mais relatos da forma clínica dimórfica entre os pacientes intolerantes a dapsona e dapsona + clofazimina e o paciente intolerante a oflaxacina foi relatado como Virchowiano. É necessário intensificar e fortalecer a vigilância em hanseníase, no desempenho do diagnóstico e tratamento, visando eliminar fontes de infecção e evitar sequelas.
Descritores: Hanseníase, Poliquimioterapia, Perfil Epidemiológico, Toxicidade por Medicamento.
Leprosy: clinical-epidemiological profile of patients intolerant to standard treatment
Abstract: Leprosy is an infectious disease of slow evolution, caused by Mycobacterium leprae. To analyze the sociodemographic and clinical characteristics of leprosy patients intolerant to standard treatment in the city of Foz do Iguaçu-Paraná. Epidemiological, descriptive, cross-sectional study, type survey. From 2012 to 2014,146 cases were treated and finalized, of which 48 received treatment changes, the most intolerant drug was dapsone (91.5%), followed by dapsone + clofazimine (6.4%) and ofloxacin (2.1%). Dimorphic and Virchowian was the most frequent clinical form, hemolytic anemia occurred in 72.1% of the patients with dapsone intolerance. It was concluded that there were more reports of the dimorphic clinical form among the patients intolerant to dapsone and dapsone + clofazimine and the patient intolerant to oflaxacin was reported as Virchowiano. It is necessary to intensify and strengthen surveillance in leprosy, in the performance of diagnosis and treatment, aiming to eliminate sources of infection and avoid sequelae.
Descriptors: Leprosy, Polychemotherapy, Epidemiological Profile, Drug Toxicity.
Lepra: perfil clínico-epidemiológico de pacientes intolerantes al tratamiento estándar
Resumen: La lepra es una enfermedad infectocontagiosa de evolución lenta, causada por Mycobacterium leprae. Analizar las características sociodemográficas y clínicas de pacientes con lepra con intolerancia al tratamiento estándar en la ciudad de Foz do Iguaçu-Paraná. Estudio epidemiológico, descriptivo, transversal, de tipo estudio. De 2012 a 2014, fueron tratados y finalizados 146 casos, de los cuales 48 recibieron cambio de tratamiento, el medicamento con mayor intolerancia fue dapsona (91,5%), seguido de dapsona + clofazimina (6,4%) y ofloxacina (2,1%). Dimórfico y Virchowiano fue la forma clínica más frecuente, la anemia hemolítica ocurrió en 72,1% de los pacientes con intolerancia al dapsona. Se concluyó que hubo más relatos de la forma clínica dimórfica entre los pacientes intolerantes a la dapsona y dapsona + clofazimina y el paciente intolerante a la oflaxacina fue reportado como Virchowiano. Es necesario intensificar y fortalecer la vigilancia en lepra, en el desempeño del diagnóstico y tratamiento, visando eliminar fuentes de infección y evitar secuelas.
Descriptores: Lepra, Poliquimioterapia, Perfil Epidemiológico, Toxicidad por Medicamento.
Downloads
Referências
Araújo AERA, Aquino DMC, Goulart IMB, Pereira SRF, Figueiredo IA, Serra HO, et al. Neural complications and physical disabilities in leprosy in a capital of Northeastern Brazil with high endemicity. Rev Bras Epidemiol. 2014; 899-910.
CDC - Centers For Disease Control and Prevention. Hansen’s Disease (leprosy). 2017.
Santos KCB et al. Strategies for control and surveillance of leprosy contacts: integrative review. 2019; 43(121):576-591.
OPAS - Organização Pan Americana de Saúde - Combater a Hanseníase, Acabar com o Estigma e Advogar pelo Bem-Estar Mental é o tema 2021 do Dia Mundial de combate à Hanseníase. 2021. Disponível em: <https://www.paho.org/pt/noticias/22-1-2021-combater-hanseniase-acabar-com-estigma-e-advogar-pelo-bem-estar-mental-e-tema>.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde, Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde. 4 ed. Brasília. 2019a. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_4ed.pdf>.
Sousa BRM, Moraes FHA, Andrade JS, Lobo ES, Macêdo EA, Pires CAA, et al. Educação em saúde e busca ativa de casos de hanseníase em uma escola pública em Ananindeua, Pará, Brasil. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2013; 143-9.
Assis IS, Berra TZ, Alves LS, Ramos ACV, Arroyo LH, et.al. Leprosy in urban space, areas of risk for disability and worsening of this health condition in Foz Do Iguaçu, the border region between Brazil, Paraguay and Argentina. BMC Public Health. 2020 Jan 29; 20(1):119.
Ribeiro GC, Fabri ACOC, Amaral EP, Machado IE, Lana FCF. Estimativa da prevalência oculta da hanseníase na microrregião de Diamantina - Minas Gerais. Rev Eletr Enferm. 2014; 728-735.
Martins RJ, et al. Sociodemographic and epidemiological profile of leprosy patients in an endemic region in Brazil. Rev Soc Bras Med Tropical. 2016; 49(6):777-780.
Crespo MJI, Gonçalves A, Padovani CR. Hanseníase: pauci e multibacilares estão sendo diferentes? Medicina (Ribeirão Preto). 2014; 47(1):43-50.
Brasil. Biblioteca Virtual em Saúde. Atenção Primária à Saúde. Como proceder em casos de efeito adverso medicamentoso no tratamento da hanseníase? 2016. Disponível em: <http://aps.bvs.br/aps/como-proceder-em-casos-de-efeito-adverso-medicamentoso-no-tratamento-da-hanseniase/>.
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 3125, de 7 de outubro de 2010. Aprova as Diretrizes para Vigilância, Atenção e Controle da Hanseníase. Brasília, Diária da União nº59. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2010/prt3125_07_10_2010.html>.
Maia MV, Cunha MGS, Cunha CS. Adverse effects of alternative therapy (minocycline, ofloxacin, and clofazimine) in multibacillary leprosy patients in a recognized health care unit in Manaus, Amazonas, Brazil. An Bras Dermatol. 2013; 205-210.
Kubota RMM, Brancini VC, Gouveia AS, Nardi SMT, Paschoal VDA, Vendramini SHF. Efeitos adversos da poliquimioterapia para hanseníase: Utilização de doses alternativas avaliação pós alta. Hansenologia Internationalis. 2014; 8-21.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretária de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico Hanseníase. Jan - 2021. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/media/pdf/2021/fevereiro/12/boletim-hanseniase-_-25-01.pdf>.
OMS - Organização Mundial da Saúde. Global leprosy (Hansen disease) update, 2019: time to step-up prevention initiatives. Weekly epidemiological record. Genebra. 2020; 95:417-440.
Ajalla MEA, Andrade SMO, Tamaki EM, Waissmann W, Diettrich SHC, Silva BAK. The contexto leprosy in Brazil-Paraguay border. Ciênc Saúde Coletiva. 2016; 225-232.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Estratégia Nacional para Enfrentamento da Hanseníase 2019-2022. Brasília, 2019. Disponível em: <https://antigo.saude.gov.br/images/pdf/2020/May/22/estr--tegia-nacional-de-hanseniase-2019-2022-web.pdf>.
Junior AFR, Vieira MA, Caldeira AP. Perfil epidemiológico da hanseníase em uma cidade endêmica no Norte de Minas Gerais. Rev Bras Clínica Médica. 2012; 272-7.
Cruz RCS, et.al. Clinical trial for uniforme multidrug therapy for leprosy patientes in Brasil(U-MDT/CT-BR): adverse affects approach. Anais Bras Dermatologia. 2018; 93(3):377-384.
Pires CAA, et.al. Análise da ocorrência de reações adversas à poliquimioterapia no tratamento para hanseníase. Rev Eletr Acervo Saúde. 2021; 13(2):e6233.
Lastória JC, Abreu MAMM. Hanseníase: diagnóstico e tratamento. Diagn Tratamento. 2012; 5-8.
Lima HMN, Sauaia N, Costa VRL, Neto GTC, et al. Perfil epidemiológico dos pacientes com hanseníase atendidos em Centro de Saúde em São Luís, MA. Clinical Medicine. 2010; 323-327.
Ribeiro MDA, Silva JCA, Oliveira SB. Estudo epidemiológico da hanseníase no Brasil: reflexão sobre as metas de eliminação. Rev Panam Salud Publica. 2018; 42:e42.
Bruna ATM, et al. Incapacidades físicas nos pacientes com hanseníase cadastrados em uma unidade de saúde de São Luís - MA. Rev Interdisciplinar. 2015; 115-122.
Rosa GR, Lima MM, Brito WI, et al. Análise da completude de incapacidade em hanseníase da regional de saúde de Rondonópolis/MT. Rev Eletr Gestão Saúde. 2016; 82-95.
Oliveira JCF, Leão AMM, Britto FVS. Análise do perfil epidemiológico da hanseníase em Maricá, Rio de Janeiro: uma contribuição da enfermagem. Rev Enferm UERJ. 2014; 815-821.
Schalcher TR. Efeito da dapsona na geração de estresse oxidativo em pacientes com hanseníase em uso de poliquimioterapia. 2011. Disponível em: <http://www.ufpa.br/ppgcf/arquivos/dissertacoes/dissertacaoAno2011-TaysaSchalcher.pdf>.
Lima AS, Pinto KC, Bona MPS, Mattos SML, Hoffmann MP, Mulinari-Brenner FA et al. Leprosy in a University Hospital in Southern Brazil. Anais Bras Dermatologia. 2015; 90:654-9.
Lima AF. Anemia hemolítica autoimune e o diagnóstico laboratorial: uma revisão de literatura, 2015. Disponível em: <http://www.ccecursos.com.br/img/resumos/citologia/monografiaadrianne-anemia-hemolitica-autoimune-e-o-diagnostico-laboratorial.pdf>.
Lacen. Laboratório central do Paraná. Secretaria de estado da saúde. Instituto de saúde do Paraná, 2014. Disponível em: <https://slideplayer.com.br/slide/1234449/>.
Gomes FG, Frade MAC, Foss NT. Skin ulcers in leprosy: clinical and epidemiological characteristics of patients. Anais Bras Dermatologia. 2007; 82:433-437.
Silva SSBE, Oliveira SFSB, Pierin AMG. O controle da hipertensão arterial em mulheres e homens: uma análise comparativa. Rev Esc Enferm USP. 2016; 50:50-8.
Pereira M, Lunet N, Azevedo A, Barros H. Differences in prevalence, awareness, treatment and control of hypertension between developing and developed countries. Journal of Hypertension. 2009; 27:963-75.
Brasil. Ministério da Saúde [Internet]. Manual de condutas para tratamento de úlceras em hanseníase e diabetes, 2008. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_condutas_ulcera_hanseniase.pdf>.
Oliveira KS, Arcoverde MAM, et al. Leprosy in border countries in South America: an ecological study. Cogitare Enferm. 2019.
Brasil. Ministério da Saúde. Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da hanseníase como problema de saúde pública. 2016. Disponível em: <http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/DiretrizesdoManuaTcnicoOperacionaldeHansenase.pdf>.
Silva-Sobrinho, et al. Retardo no diagnóstico da tuberculose em município da tríplice fronteira Brasil, Paraguai e Argentina. Rev Panam Salud Publica. 2012; 31(6):461-8.
Publicado
- Visualizações 0
- pdf downloads: 0